Teoria queer e educação
Palabras clave:
escola; diversidade; diferença; teoria estranha; pedagogia queer.Resumen
O presente artigo pretende discutir/tencionar as possibilidades que se abrem para buscar diminuir os preconceitos/violências/invisibilidades presentes na escola. A partir da primeira etapa do processo de investigação, que se apresentou como uma pesquisa mais ampla, o buscar novas alternativas entre as práticas pedagógicas no intuito de diminuir os efeitos da normalização/docilização dos corpos, tem como objeto a Teoria Queer e educação. A Teoria Queer significou um novo momento para as discussões sobre as diversidades, marcadamente sexualidade e gênero. As instituições educacionais caracterizam-se pela regulação por meio de normas, enquanto dispositivos de controle das condutas. Violências, exclusões e silenciamentos, frequentes em biografias, relatos e reportagens, denunciam os preconceitos nas práticas institucionais. A pesquisa utiliza o método de revisão documental (artigos, livros, teses e dissertações) no intuito de encontrar nesta literatura, experiências que possam vir a sustentar o valor prático do uso de novas tecnologias/saberes, propondo investigar quais possibilidades se abrem com a Teoria Queer para a educação escolar, sobre a ótica das diversidades. O objetivo geral da pesquisa é identificar relações entre Teoria Queer e Pedagogia Queer para enfrentar os binarismos dominantes em Educação. Os objetivos específicos são: a) analisar alguns conceitos da Teoria Queer que podem contribuir no enfrentamento do binarismo predominante nas escolas e b) explicitar a Pedagogia Queer enquanto um processo de quebra dos binarismos no contexto educacional. Metodologicamente, a pesquisa desenvolve-se pela análise qualitativa, de cunho bibliográfico. Os resultados da pesquisa indicam que os estudos queer, tanto no que concerne à Teoria Queer quanto à Pedagogia Queer ampliam os entendimentos acerca das diversidades nos processos educacionais no combate aos preconceitos. Concluiu-se que a proposta possa considerar que o estudo/observação/experiência da realidade escolar venha a desenhar novas metodologias que dialoguem com o processo de movimentos na escola, e assim, possibilitar um olhar sensível às diferenças e possa entendê-las como condição de existência, abrindo-se ao incerto e às fagulhas criativas. Por fim, inferiu-se, com esperança no devir, onde as vivências e experiências ético-políticas permitam alargar as possibilidades de tratar as questões de gênero e sexualidade, de forma a tentar interromper a produção de corpos-generificados de maneira binária.Citas
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