Cultura Surda - significados atribuídos por surdos e seus familiares

Autores/as

  • Terezinha Teixeira Joca Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil
  • Sarah Maria de Oliveira Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil
  • Lana Carol de Sousa Martins Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil
  • Marilene Calderaro Munguba Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Brasil

Palabras clave:

cultura surda; surdo; diferenças, língua de sinais

Resumen

O Surdo a partir de suas peculiaridades cria a sua própria cultura e defende o uso da língua de sinais, artefato dessa cultura e língua natural do povo surdo, como uma necessidade primeira. O estudo tem o objetivo de descrever os significados atribuídos por surdos e seus familiares à cultura surda e a língua de sinais como necessidade premente do surdo para o seu pleno desenvolvimento. O presente artigo se configura como revisão documental crítica, com o foco de análise a partir de um recorte da tese de doutoramento intitulada “Um estrangeiro em família: ser surdo como diferença linguística” (Joca, 2015), pesquisa original realizada com estudantes surdos de uma universidade particular e seus familiares, em uma cidade do nordeste brasileiro, no período de maio de 2010 a maio de 2012, com 10 estudantes de nível superior e seus familiares (9), com o uso da técnica de grupo focal e adotou-se análise temática das informações. Neste artigo, elencou-se para análise crítica neste texto, uma, das oito categorias definidas no estudo original: “Cultura Surda – a língua de sinais como necessidade premente”. Adotou-se o método “Análise de Conteúdo" do tipo “Análise Temática” com vistas a analisar as informações muito presente na formação dessa categoria escolhida na pesquisa documental, que ora se apresenta, elencou-se os núcleos temáticos: a identidade do surdo e sua cultura, e, entre as duas culturas. Constatou-se que os significados atribuídos à cultura surda pelos surdos e seus familiares abordados no estudo apontam para a demanda de contato e vivência precoces com a comunidade surda são determinantes para o pleno desenvolvimento desses sujeitos, o que é confirmado na atualidade. Assim como, a relevância da educação bilíngue para surdos, como uma modalidade educacional, em todos os níveis educacionais. Preconiza-se que a comunidade surda precisa intensificar a divulgação das especificidades e suas conquistas.

Biografía del autor/a

Terezinha Teixeira Joca, Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3540-9450  Doutora em Psicologia, pela Universidade Autónoma de Lisboa – UAL, Portugal. Mestre em Psicologia e Especialista em Abordagem Sistêmica da Família, pela Universidade de Fortaleza, Brasil. Psicóloga, graduada pela Faculdade Frassinetti do Recife, Brasil. Professora do Curso de Psicologia e Coordenadora do Programa de Apoio Psicopedagógico, vinculado à Vice-Reitoria de Ensino de Graduação da Universidade de Fortaleza. Coordenadora do Grupo de Estudo Papeando (Con)texto da Universidade de Fortaleza, Brasil.

Sarah Maria de Oliveira, Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2017-1467  Mestre em Estudos da Tradução do Programa de Estudos da Tradução (POET) da Universidade Federal do Ceará (em curso), Brasil. Especialista em Libras - Tradução, Interpretação e Ensino pelo Centro Universitário 7 de Setembro, Brasil. Graduada em Letras Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tradutora e intérprete de Libras do Programa de Apoio Psicopedagógico, vinculado à Vice-Reitoria de Ensino de Graduação da Universidade de Fortaleza. Membro do Grupo de Estudo Papeando (Con)texto da Universidade de Fortaleza, Brasil.

Lana Carol de Sousa Martins, Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Brasil

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3989-4924  Especialista em Libras - Tradução, Interpretação e Ensino pelo Centro Universitário 7 de Setembro, Brasil. Graduada em Ciências Contábeis, pela Faculdade Terra Nordeste, Brasil. Tradutora e intérprete de Libras do Programa de Apoio Psicopedagógico, vinculado à Vice-Reitoria de Ensino de Graduação da Universidade de Fortaleza. Membro do Grupo de Estudo Papeando (Con)texto da Universidade de Fortaleza, Brasil.

Marilene Calderaro Munguba, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Brasil

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3663-9282  Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil. Mestre em Educação Especial pela Universidade Estadual do Ceará, Brasil. Estágio de Pós-doutorado no Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos / METUIA na área de Terapia Ocupacional Social. Especialista em Psicomotricidade, e em Nutrição e Dietoterapia, ambas pela Universidade de Fortaleza, Brasil. Especialista em Docência de Libras pela Universidade Tuiuti do Paraná, Brasil. Terapeuta ocupacional e Fisioterapeuta graduada pela Universidade de Fortaleza.  Professora Adjunto da Universidade Federal do Ceará. Líder do Grupo de Pesquisa Educação para as diferenças e os estudos surdos na perspectiva interdisciplinar, Brasil.

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Polyphōnía: Rev. Educ. Inclusiva, Santiago, v.7, n.1, p.115-136, ene. / jul. 2023-e-ISSN: 0719-7438.

Publicado

2023-01-01

Cómo citar

Teixeira Joca, T. ., de Oliveira, S. M. ., de Sousa Martins, L. C. ., & Calderaro Munguba, M. . (2023). Cultura Surda - significados atribuídos por surdos e seus familiares. Polyphōnía. Revista De Educación Inclusiva / Polyphōnía. Journal of Inclusive Education, 7(1), 115-136. Recuperado a partir de https://revista.celei.cl/index.php/PREI/article/view/453

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