Cultura Surda - significados atribuídos por surdos e seus familiares
Palabras clave:
cultura surda; surdo; diferenças, língua de sinaisResumen
O Surdo a partir de suas peculiaridades cria a sua própria cultura e defende o uso da língua de sinais, artefato dessa cultura e língua natural do povo surdo, como uma necessidade primeira. O estudo tem o objetivo de descrever os significados atribuídos por surdos e seus familiares à cultura surda e a língua de sinais como necessidade premente do surdo para o seu pleno desenvolvimento. O presente artigo se configura como revisão documental crítica, com o foco de análise a partir de um recorte da tese de doutoramento intitulada “Um estrangeiro em família: ser surdo como diferença linguística” (Joca, 2015), pesquisa original realizada com estudantes surdos de uma universidade particular e seus familiares, em uma cidade do nordeste brasileiro, no período de maio de 2010 a maio de 2012, com 10 estudantes de nível superior e seus familiares (9), com o uso da técnica de grupo focal e adotou-se análise temática das informações. Neste artigo, elencou-se para análise crítica neste texto, uma, das oito categorias definidas no estudo original: “Cultura Surda – a língua de sinais como necessidade premente”. Adotou-se o método “Análise de Conteúdo" do tipo “Análise Temática” com vistas a analisar as informações muito presente na formação dessa categoria escolhida na pesquisa documental, que ora se apresenta, elencou-se os núcleos temáticos: a identidade do surdo e sua cultura, e, entre as duas culturas. Constatou-se que os significados atribuídos à cultura surda pelos surdos e seus familiares abordados no estudo apontam para a demanda de contato e vivência precoces com a comunidade surda são determinantes para o pleno desenvolvimento desses sujeitos, o que é confirmado na atualidade. Assim como, a relevância da educação bilíngue para surdos, como uma modalidade educacional, em todos os níveis educacionais. Preconiza-se que a comunidade surda precisa intensificar a divulgação das especificidades e suas conquistas.Citas
Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. São Paulo: 70.
Bauer, M. W. & Gaskell, G. (orgs.). (2014). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 12. Ed. Trad. Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes.
Blattes, R. L. (org.). (2006). Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais e orientações gerais e marcos legais. (2) . Ed. Brasília: MEC/SEESP. Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/direitoaeducacao.pdf.
Campelo, A. R. & Rezende, P. L. F. (2014). Em defesa da escola bilíngue para surdos: a história de lutas do movimento surdo brasileiro. Educar em Revista, Edição Especial (2) 71-92. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/er/nspe-2/06.pdf.
Campos, M. de L. I. L. (2013). “Educação inclusiva para surdos e as políticas vigentes. In: Lacerda”; in: Santos, L. F. dos. (Coords.). Tenho um aluno surdo e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. (pp. 37-61). São Carlos: EduFScar.
Cavalcanti, M. C. (1999). Estudos sobre educação bilíngue e escolarização em contextos de minorias linguísticas no Brasil. DELTA 15, v. 15, 385-417.
Deslandes, S. F.; Gomes, R.& Minayo, M. C. S. (Orgs.). (2015). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. (34. ed). Petrópolis: Vozes. (Coleção temas sociais).
Dos Santos Lima, M. A. & Fernandes, S. (2021). Identidades, culturas e diferenças: desafios e perspectivas da inclusão de estudantes surdos no ensino superior. Brazilian Journal of Development, 7(3), 28121-28137.
Ferreira, W. B. (2008). Vulnerabilidade à violência sexual no contexto da escola inclusiva: reflexão sobre a invisibilidade da pessoa com deficiência. REICE-Revista Electrónica Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación, 6(2), 120-136.
Flick, U. (2009). An introduction to qualitative research. 4th Edition. London: SAGE.
Groce, N. E. (1985). Everyone here spoke sign language: hereditary deafness on Martha’s Vineyard. London, England: Havard University Press Cambridge.
Joca, T. T. (2015). Um estrangeiro em família: ser surdo como diferença linguística. Tese de doutoramento, Universidade Autónoma de Lisboa. Lisboa: Repositório Institucional Camões. Recuperado de: http://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/1179/1/Tese%20T.Joca%20Vers%C3%A3o%20Final%20p%C3%B3s%20pr%C3%A9via%20de%20j%C3%BAri.pdf
Kitzinger, J. (2009). “Grupos focais”; in: Pope, C. & Mays, N. (Eds). Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. (pp. 33-43). Porto Alegre: Artmed.
Laborit, E. (1994). O voo da gaivota. São Paulo, SP: Best Seller. Círculo do Livro.
Lei 10.436 (2002). Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-Libras e dá outras providências. Governo do Brasil. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil03/leis/2002/l10436.htm
Lodi, A. C. B (2005). Plurilinguismo e surdez: uma leitura bakhtiana da história da educação dos surdos. Universidade Metodista de Piracicaba. Educação e Pesquisa, 31, (3) 409-424. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a06v31n3
Lopes, B. R, & Dos Santos, M. M (2021). Filhos surdos, pais ouvintes: contribuições da família para a aprendizagem de língua portuguesa. Humanidades & Inovação, 8 (46), 214-224.
Moura, M. (2000). O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: Revinter.
McCleary, L. (2003). O orgulho de ser surdo. In Encontro paulista entre intérpretes e surdos, 1, (17 de maio) 2003, São Paulo: FENEIS-SP [Local: Faculdade Sant‟Anna].
Mello, A. G. D. (2016). Deficiência, incapacidade e vulnerabilidade: do capacitismo ou a preeminência capacitista e biomédica do Comitê de Ética em Pesquisa da UFSC. Ciência & saúde coletiva, (21) 3265-3276.
Perlin, G. T. (1998). “Identidades surdas”; in: Skliar, C. (Org.). A Surdez: um olhar sobre as diferenças. (pp.51-73). Porto Alegre: Mediação.
Perlin, G. T. (2002). As Identidades Surdas. Revista da FENEIS, 4(14) Recuperado de: https://issuu.com/feneisbr/docs/revista_feneis_14
Rodrigues, C. H., & Quadros, R. M. (2015). Diferenças e linguagens: a visibilidade dos ganhos surdos na atualidade. Revista Teias, 16(40), 72-88.
Rosa E. F. & Luchi M. (2010). “Semiótica imagética: a importância da imagem na aprendizagem”; en: VV.AA: (Eds.). Encontro do CELSUL, 9, Palhoça, Anais do IX Encontro do CELSUL, Palhoça, SC. Recuperado de: http://docplayer.com.br/22009249-Semiotica-imagetica-a-importancia-da-imagem-na-aprendizagem.html.
Sá, N. R. L. (2002). Cultura, poder e educação de surdos. Manaus: Editora UFAM.
Santana, A. P. & Bergamo, A. (2005). Cultura e identidades surdas: encruzilhadas de lutas sociais e históricas. Educ. Soc., Campinas, 26(91),565-582.
Sarti, C. A. (2010). “Famílias enredadas”; in: Acosta, A. R. & Vitale, M. A. F. (Orgs.). Família: redes, laços e políticas públicas. (pp.21-36). São Paulo: Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais – PUC/SP.
Stelling, E. P., Stelling, L. F. P., Torres, E. M. S., & Castro, H. C. (2014). Pais ouvintes e filho surdo: dificuldades de comunicação e necessidade de orientação familiar. Espaço, 42. Recuperado de: http://www.ines.gov.br/seer/index.php/revista-espaco/article/view/106/94.
Strobel, G. P. (2008). Surdos: vestígios não registrados na história. Universidade Federal de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. Recuperado de: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/91978/261339.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Szymanski, H. (2009). A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Liber Livro.
Velho Dall’astra, P. (2015). A importância da língua de sinais para o desenvolvimento da pessoa surda: a noção de inclusão associada ao sentimento de pertencimento no espaço escolar. Revista Educação Especial,28(51), 117-129.
Widell, J. (1992). As fases históricas da cultura surda. Revista GELES, 6(5).
Wolcott, H. (1999). Ethnography: a way of seeing. Walnut Creek: Alta Mira.
Polyphōnía: Rev. Educ. Inclusiva, Santiago, v.7, n.1, p.115-136, ene. / jul. 2023-e-ISSN: 0719-7438.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los autores cuyos trabajos hayan sido publicados en Polyphōnía. Revista de Educación Inclusiva (e-ISSN: 0719-7438), aceptarán los siguientes términos y condiciones:
- Los autores conservarán sus derechos de autor.
- Los autores garantizarán a Polyphōnía. Revista de Educación Inclusiva (e-ISSN: 0719-7438), el derecho de primera publicación de su obra.
- Polyphōnía. Revista Educação Inclusiva (e-ISSN: 0719-7438), publicación científica del Centro de Estudios Latinoamericanos de Educación Inclusiva (CELEI), se distribuye bajo una Licencia Creative Commons Atribución-No Comercial-CompartirIgual 4.0 Internacional. ULR: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.es
Polyphōnía. Revista de Educación Inclusiva (e-ISSN: 0719-7438), es una publicación cienífica que no impone ningun cargo para sus autores, lectores y público interesado.
Polyphōnía. Revista de Educación Inclusiva (e-ISSN: 0719-7438), permite compartir y redistribuir el material en cualquier medio o formato, siempre y cuando, sus usarios no inquieran en acciones comerciales y respeten los derecho de autor asociados a cada producción y/o trabajos, publicados oficialmente en la misma.